Afinando seu violão e treinando seu ouvido.

Hoje com a diversidade de afinadores eletrônicos fica muito fácil afinar um violão, mas essa facilidade nos traz uma certa dificuldade no desenvolvimento do nosso ouvido com relação ao instrumento, sem contar que enquanto se está prestando atenção no equipamento está deixando de se envolver por completo com o instrumento, e se acabar a bateria do celular ou do afinador e não tiver onde recarrega-las você estará perdido.
Para que isso não aconteça e seu ouvido fique cada vez mais afinado existe uma técnica que dispensa o uso dos eletrônicos.
Primeiro você deve ter em mãos um diapasão, que é um instrumento metálico em forma de forquilha que ao ser golpeado emite uma vibração em uma determinada frequência, normalmente em LÁ (440Hz).
Existe outro tipo de diapasão, o de sopro, instrumento como uma gaita com uma palheta afinada cada uma na altura das cordas do instrumento, mas basta simplesmente estar afinado em LÁ.
Como fazer? 
Golpeando a forquilha ou soprando o diapasão em LÁ toque a corda LÁ do violão ( 5ª corda ) e perceba se ela está mais baixa (grave) ou mais alta (aguda) que o som emitido pelo diapasão. Se estiver baixa estique-a e perceba sua vibração até que o som se equalize com o diapasão, se estiver mais alta afrouxe-a, prestando sempre atenção na vibração, quando o som estiver uniforme e não mais oscilando é sinal de que está afinada. Essa é a afinação da 5ª corda.
Para afinar a 6ª corda (MI) pressione-a na 5ª casa que corresponde a nota LÁ e toque-a, ouça seu som e toque a 5ª corda solta que já está afinada e compare, se estiver mais baixa estique-a e se estiver mais alta afrouxe até que o som se iguale.
Bom, você já tem duas cordas afinadas!
Para afinar a 4ª corda (RÉ) pressione a 5ª corda (LÁ) na 5ª casa que corresponde a nota (RÉ), toque-a e perceba seu som e logo em seguida toque a 4ª corda (RÉ) solta, ouça e veja se é preciso esticar ou soltar.
Para afinar a 3ª corda (SOL) pressione a 4ª corda (RÉ) na quinta casa que corresponde a nota (SOL), ouça e em seguida toque a 3ª corda solta siga o mesmo passo anterior.
Agora preste atenção, para afinar a 2ª corda (SI) pressione a 3ª corda (SOL) na 4ª casa que corresponde a nota (SI) toque-a e em seguida toque a 2ª corda (SI) solta e compare-as.
Para afinar a 1ª corda (MI) pressione a 2ª corda (SI) 5ª casa que corresponde a nota (MI), toque-a e em seguida toque a 1ª corda solta, compare-as e estique-a ou afrouxe-a até que o som fique uniforme.
Fazendo desse jeito seu ouvido com o tempo vai se familiarizando com o som de cada corda e assim você vai desenvolvendo uma audição mais afinada.

Escala musical

Supõe-se que a partir da descoberta de artefatos musicais pré-históricos a primeira escala desenvolvida tenha sido a escala pentatônica ou a escala de cinco sons.
As escalas de sete notas foram provavelmente desenvolvidas a partir da escala pentatônica e foi usada pelos gregos, apesar de que qualquer tentativa de resgate da sonoridade dessas escalas tratar-se-á de exercício puramente especulativo.
Com o fim do Império Romano, e com o surgimento do cristianismo a música grega da lugar a música ocidental posterior.
Na Idade Média, a elaboração de um sistema de escalas levava em conta, não somente a nota fundamental do modo, como também a chamada corda de recitação, que era a nota ao redor da qual a melodia se desenvolvia, sendo essa nota a mais utilizada na música. Essas escalas foram chamadas de modos eclesiásticos e compunham-se de quatro: protus, deuterus, tritus e tetrardus.
Esse sistema, chamado modal, não é um sistema totalmente definido; como há variação da corda de recitação entre duas músicas, elas podem estar dentro de um mesmo modo, mas se desenvolvem em direções diferentes, sendo reclassificadas aí, a depender do âmbito em que elas se desenvolveram, como estando no modo plagal ou autêntico. Além disso, a música poderia muito bem gravitar entre os modos, o que dificultaria a classificação exata sobre o modo em que ela está (ou em que modo começou, ou em que modo terminou).
Posteriormente, dois modos receberam a preferência dos compositores ( o modo chamado jônico, ou tritus plagal, e o chamado eólio, ou protus plagal), sendo estes as origens das escalas diatônicas maior e menor: iniciava-se o período tonal da música.
A partir do temperamento da música ocorrido no século XVIII, onde procurava-se dar os mesmos valores proporcionais aos intervalos da escala diatônica, surge uma nova escala, em que todas as notas têm o mesmo valor dentro desta: a escala cromática.
Com o segundo período do romantismo musical (romantismo nacionalista), foram incorporadas escalas exóticas nas quais as músicas de muitos países se baseavam. Às escalas ciganas, já conhecidas séculos antes, juntam-se escalas mozárabes, russas, eslavas, etc. Debussy (1862-1918), músico e compositor francês, incorpora a escala de tons inteiros, onde se divide a oitava em seis intervalos iguais de um tom, à música. Posteriormente, novas escalas surgiram, com a chamada música micro-tonal, além de incorporações de escalas antigas, como a indiana, que divide a oitava em 22 sons, e a escala nordestina brasileira, mistura dos modos lídios e mixolídios.

Fonte de estudos: Wikipédia e outras.



História do Alaúde

O alaúde é um instrumento musical da família dos cordofones. Este instrumento é de corda palhetada ou dedilhada, com braço trastejado e com a sua característica caixa em forma de meia pêra ou gota.
A origem das palavras alaúde e oud possivelmente remontam da palavra árabe al’ud, “a madeira”; alguns investigadores sugerem também que seja uma simplificação da palavra persa rud, que significa corda, instrumento de cordas ou alaúde. Sitar é um tipo de alaúde de braço longo originário da Índia. Vários tipos de alaúdes eram usados nas antigas civilizações Egípcia, Hitita, Grega, Romana, Búlgara, Gandaresa, Turca, Chinesa e Arménia/Siliciana, sendo assim suas origens não são concretas. O alaúde atingiu a sua forma familiar, no início do século VII, na Pérsia, Arménia, Bizâncio e no mundo Árabe.
No início do século VI, os Búlgaros trouxeram uma variedade de braço curto de um instrumento, kobuz, para os Balcãs. Por outro lado, os Mouros trouxeram para a Península Ibérica, no século IX, o oud. Antes disto, a quitra/pandora, uma espécie de citerna, ter-se-ia tornado comum no mediterrâneo. Contudo, este instrumento (pandora) não se extinguiu, apenas evoluiu para instrumentos como a citerna, guitarra portuguesa, chitarra italiana, guitarra barroca, vihuela, chitarrão, bozouki, na Europa. Na Algéria e Marrocos, a quitra sobrevive como o instrumento kuitra.
À volta de 1500, na Península Ibérica, a viuhela da mano, uma espécie guitarra em forma de viola da gamba e antepassado da vihuela, apenas dedilhada, foi adaptada pelos lutenistas, embora o alaúde se tenha mantido a par da existência e popularização desta. Este instrumento acabou também por encontrar o seu caminho rumo a Itália, em zonas que estiveram sobre o domínio de Espanha, especialmente na Sicília e nos estados papais na altura do papa Alexandre VI, que trouxe muitos músicos catalãs para Itália, onde se tornou conhecida como viola da mano.
O ponto de transferência do alaúde entre a Europa Cristã e os Mouros deverá ter sido a Sicília, que deverá ter sido trazido pelos músicos Bizantinos ou, posteriormente, pelos Saracenos. Haviam músicos na corte, lutenistas-cantores, em Palermo, que seguiam a conquista cristã da ilha, o que fez com que o alaúde fosse extensivamente representado nas pinturas do teto da Cappella Palatina, dedicado ao rei normando Rogério II, em 1140. No século XIV, o alaúde teria já se expandido para fora da Itália. Provavelmente devido ? influência cultural dos reis e imperador Hohenstaufen, radicados em Palermo, o alaúde teve uma impressionante difusão nos países de língua germânica no século XIV.
Os alaúdes medievais eram de instrumentos de 4 a 5 cordas e usava-se uma pena para palhetar. Haviam em vários tamanhos, e no final do Renascimento, haviam sete tipos de tamanho (até com grandes cordas-baixo) documentados. A sua função principal, na Idade Média, era a de acompanhamento a canções e cantigas, embora até 1500 exista muito pouca música encontrada que seja directamente atribuída a este instrumento. Provalvemente, a grande parte dos acompanhamentos da Idade Média e Pré-Renascimento eram improvisados, visto a lacuna de registos escritos com este fim.
Nas últimas décadas do século XV, de modo a poder executar a polifonia renascentista num único instrumento, os lutenistas gradualmente abandonam o palhetar pelo uso dos dedos. O número de cordas cresceu de 6 para cima. No século XVI, o alaúde torna-se o grande instrumento solo, embora se tenha mantido no acompanhamento de canções.
No final do Renascimento o número de cordas cresceu para 10 e duranto o Barroco prosseguiu o seu acrescento de cordas para 14, chegando até ? s 19. Estes intrumentos, devido ao facto de muitas vezes terem mais de 30 cordas (tomando as duplas como 2 cordas), precisaram que se alterasse a sua estrutura, inovando-a. No final da sua evolução, o alaúde-harpa e a tiorba tinham grandes extensões de braço anexas ao cravelhame para acrescentar um grande comprimento de ressonância para cordas graves, e visto que os dedos da mão esquerda não têm extensão suficiente para ir além das 14 cordas, as cordas graves eram colocadas fora da parte trastejada, eram tocadas abertas.
Durante o percurso do alaúde na era barroca, começou a ser progressivamente não-usado no acompanhamento do continuo e superado pelo uso de instrumentos de tecla. Desta forma o alaúde caiu em desuso até o revivalismo do alaúde.
O revivalismo do alaúde surgiu por volta de 1900, com um crescente interesse na música histórica, possivelmente ligado ao Romantismo; No século XX e até aos nossos dias, com o movimento de música antiga, este revivalismo cresceu exponencialmente.